sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Uma pessoa pode comprometer até 30% de sua renda com alimentação.

De acordo com especialistas, uma pessoa pode comprometer até 30% de sua renda com alimentação. Há várias formas para evitar o desperdício de comida e, consequentemente, de dinheiro, tais como o aproveitamento integral dos alimentos, o planejamento de um cardápio semanal ou simplesmente o consumo consciente de frutas e verduras

Comer frutas, verduras e legumes não era rotina para a procuradora do município, Débora Lima, 31. Foi apenas após a gravidez - hoje, no sétimo mês - que ela passou a colocar alimentos mais saudáveis no cardápio diário. “Ainda é difícil comer uma fruta inteira, mas eu misturo tudo no liquidificador com linhaça, aveia e outros cereais e consigo encarar. Sei que é mais saudável ter uma alimentação balanceada”, explica. Ela conta que além de ter mais disposição no dia a dia, descobriu que se alimentar bem é saudável também para o bolso.

“Hoje eu gasto no máximo 5% (quase R$ 400) do total da renda da família com alimentos para mim e meu marido. Antes este número era bem maior”, confessa Débora.

Do outro lado, na contramão da alimentação saudável está o consultor de vendas Samuel Gonçalves, 25. Ele gasta quase 10% da renda mensal (R$ 500) com alimentação por mês. “O meu cardápio vai de acordo com o ritmo do trabalho. Se o dia está corrido demais o jeito é comer um sanduíche com refrigerante na hora do almoço”, explica Samuel, admite preferir massas e produtos industrializados. “Gosto mais de pizza, lasanha e outros pratos mais saborosos, não sou muito fã de frutas e nem de verduras”.

Segundo a economista doméstica e nutricionista Ruth Diniz, uma pessoa pode separar até 30% do que ganha com alimentação para ter um orçamento mais equilibrado no fim do mês. “O brasileiro tem o péssimo hábito de saciar a fome ao invés de se alimentar e acaba comendo mais do que precisa para ter uma vida saudável. Eles buscam praticidade, mas esse pensamento na ponta do lápis pode custar caro demais”, explica.

Ela defende o aproveitamento integral dos alimentos como forma de economizar mais. “Pode-se aproveitar cascas de legumes e verduras, sobras de alimentos do almoço para o jantar e até dicas de como acomodar e cozinhar corretamente os alimentos são formas de se evitar o desperdício e economizar mais no fim do mês. Comer bem não precisa necessariamente ser caro, basta saber escolher corretamente os alimentos de acordo com os valores nutritivos e de mercado”, destaca Ruth.

Para evitar gastar muito, a economista doméstica recomenda ao consumidor comprar frutas da época e regionais. Ela recomenda que o cardápio da semana seja pensado antes de ir ao supermercado. “Definindo como serão as refeições diárias, permite comprar apenas o necessário e suficiente para as refeições, evitando o desperdício”, explica a economista.


E-Mais

As famílias da região Sudeste são as que gastam mais para comer fora de casa (37,2%) do total das despesas com alimentação. Na pesquisa anterior (POF 2002/03), os gastos com alimentação fora do lar representavam 26,9% das despesas com alimentos. Na região Norte, os gastos representam 21,4% das despesas. Em 2002/2003, esse percentual era 19,1%. No Nordeste, a participação do item nos gastos com alimentação passou de 19,5% para 23,5%. Na região Sul, o gasto aumentou de 23,3% para 27,7%
e no Centro-Oeste passou de 24,5% para 30,1%.

De acordo com o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alimentação fora de casa está 4,26% mais cara neste ano, na comparação com o período acumulado de janeiro a junho deste ano. Já em 12 meses terminados em junho, o consumidor que possui o hábito já está desembolsando 8,08% mais que no período anterior.
Na análise mensal, a alimentação fora de casa registrou variação de 0,83%.

Ainda de acordo com a POF, as despesas com alimentação fora e dentro do lar representam 16,1% das despesas totais das famílias e 19,8% das despesas de consumo. Em valores nominais, as famílias de maior renda gastam quase seis vezes mais que as famílias que recebem até R$ 830.

As famílias de maior renda gastam, em média, R$ 1.198,14 com a alimentação fora de casa, ao passo que as de menor renda destinam em média R$ 207,15 para esses gastos. Dentro desse item, 21,9% das despesas com alimentação são destinadas a compra de carnes e pescados.

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