quarta-feira, 21 de julho de 2010

TEMPO


"Agora, todo mundo tem relógio e ninguém tem tempo."
E-mail, Internet, rede de computadores, celular e outras facilidades da vida moderna têm lhe ajudado a melhorar o uso do tempo? Se a resposta for negativa, não se aflija. Você não está sozinho. A maioria das pessoas, apesar de todo o avanço tecnológico, reclama por não conseguir um ponto de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "O tempo voa", dizem, enquanto ouvem queixas da família sobre o tempo dedicados a ela.
Mas será que realmente o tempo é seu algoz? Reflita com o pensador Servan Schreiber antes de responder: "Como todo recurso, o tempo está disponível e destinado a ser usado por todos. É o mais democraticamente repartido dos recursos: o poderoso e o miserável, o trabalhador e o vagabundo, o inteligente e o burro, cada um tem exatamente o mesmo tempo à sua disposição."
Veja ainda o que diz Servan Schreiber: "Ao contrário de outros recursos, o tempo não pode ser comprado nem vendido, emprestado nem roubado, estocado, economizado, fabricado, multiplicado ou modificado. Ele só serve para ser usado. E se não o gastarmos, ele desaparece da mesma maneira."
Nas palavras desse pensado, é o mais precioso de todos os recursos, por não ser renovável.
Uma especialista em administração do tempo, Rosa Krausz, diz que, se olharmos à nossa volta e para nós mesmos, poderemos constatar que existe uma doença endêmica grave no mundo contemporâneo conhecida como "falta de tempo". Veja como Rosa Krausz faz um diagnóstico dessa doença: "Embora ataque de forma preferencial a população economicamente ativa, grassa entre os que, independentemente da idade ou condição social, não tendo se apropriado desse recurso fundamental que é o seu tempo, desperdiçam sua vida entre múltiplose desintegrados afazeres que, além de produzirem poucos resultados qualitativos, levam ao estresse, à ansiedade e à insatisfação."
Segundo Peter Drucker, não conseguimos atingir nossas metas porque, em relação ao tempo, tentamos espremer "uma massa em processo de constante expansão" (ou seja, nossas atividades) "dentro de um compartimento rígido e limitado" (nosso tempo diário)
Stephen Covey, especialista no assunto "liderança" internacionalmente reconhecido, observa, no livro "First Things First", que nossa dificuldade para colocar as prioridades em primeiro lugar pode ser caracterizado pelo contraste entre duas ferramentas poderosas que nos dirigem: o relógio e a bússola.
O relógio, lembra Covey, representa os compromissos, as reuniões, os horários, as metas e as atividades - o que fazemos com o nosso tempo e como o gerenciamos. A bússola, continua ele, representa nossa visão, valores, princípios, missão, conciência, direção - o que achamos importante e como conduzimos nossa vida.
O conflito, na avaliação do especialista norte americano, se estabelece quando percebemos uma lacuna entre o relógio e a bússola - quando o que fazemos não contribui para as coisas mais importantes de nossa vida.
A correria no dia a dia, muitas vezes, vai esfumaçando nossas reais prioridades e afastando nos do que é realmente importante para nós. Este é um processo gradual, às vezes sutil, e que, muitas vezes, só percebemos quando já estamos dando à nossa vida uma direção diferente da que queremos.
Isso tem acontecido com você? O que tem noteado suas escolhas no uso do tempo: o relógio ou a bússola? Você está satisfeito? Nosso grau de satisfação é o indicador mais preciso sobre a adequada utilização de nosso tempo.
Walter Kaufmann ("O tempo é um artista") explica que o tempo é a dimensão da mudança. "Sem percepção da mudança, não há e não pode haver percepção do tempo", acrescenta. Portanto, melhorar o uso de tempo implica mudar atitudes.
Resumindo o tempo é igual para todos, e cabe a nóis o que fazemos dele.

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