sexta-feira, 30 de julho de 2010

PROTEJA AS VENDAS A PRAZO

 
CHEQUES DEVOLVIDOS







Em tempos de crise, não é apenas o receio de vendas menores que assusta os empresários. O risco de inadimplência também é um fantasma. Uma empresa que deixa de pagar outra pode desencadear calotes em cascata. Dados do Serasa indicam que a inadimplência entre as pessoas jurídicas já vem crescendo.
  A pesquisa mais recente referente a Setembro, mostra que houve alta de 4,9% na comparação a Agosto. Em relação a Setembro do ano passado, o aumento foi de 13,1%.
  Um alternativa para evitar fazer parte dessas estatísticas é o seguro de crédito. Ainda pouco conhecida no Brasil, a modalidade serve exatamente para proteger de maus pagadores. O seguro pode ser contratado para as vendas a prazo no mercado interno, assim como para as voltadas à exportação mas são necessárias duas apólices distintas. Como produto, a empresa pode acionar a seguradora se o cliente atrasar o pagamento, pedir concordata ou decretar falência.
  O valor seguro é calculado com base na estimativa das vendas a prazo que serão feitas ao longo do ano, usando como base o histórico da empresa para cada cliente e o banco de dados da própria seguradora.
 "É praticamente inviável fazer um seguro apenas para contrato. É preciso comprá lo para toda a carteira de clientes ou pelo menos a maior parte dela, incluindo quem sempre pagou em dia"
  As estimativas das vendas a prazo costumam ser revistas a cada três meses, assim como o valor do seguro.
  O preço é um percentual do total das vendas anuais a prazo. A variação é grande algo entre 0,1% e 2%.
  Para chegar ao valor a ser cobrado, leva se em conta o histórico de inadimplência dos clientes, seus setores e, no caso das exportações, o chamado de risco país (índice calculado por bancos de investimento). "Hoje é comum uma empresa de construção civil que exporta muito para os Estados Unidos pagar uma taxa em torno de 1,8%, por conta da grave crise  imobiliária que afeta o país".

PEQUENAS CORREM MAIS RISCO
  O valor ressarcido nunca é integral ao que deixa de ser pago. Geralmente varia entre 75% e 90%. Essa diferença funciona como uma franquia. Mas se a seguradora conseguir recuperar todos os bens vendidos e não pagos, por exemplo, nesse caso tudo é devolvido ao segurado. São poucas a seguradoras que oferecem seguro de crédito no Brasil. Além da Crédito y Caución, existem a Mapfre, a Euler Hermes e a Coface, todas estrangeiras. A JMalucelli, única  brasileira, passou a oferecer essas modalidades de seguro no final do mês passado, mas só para vendas no mercado interno.
 "Mas são as pequenas que correm maior risco, porque raramente  têm uma área de análise de crédito para dar suporte à equipe de vendas". Em geral a Coface faz contratos para coberturas de no mínimo R$6 milhões em vendas domésticas a prazo e de US$ 800.00 em exportações. Já a Crédito y Caución estabelece o mínimo de R$450.000 para o total de vendas anuais a prazo no mercado interno. A JMalucelli não estipula valor mínimo. Um dos principais pontos negativos do seguro de crédito, porém, é o prazo para recebimento da indenização cerca de seis meses. "As pequenas empresas têm de avaliar, além do custo, se suportam essa espera".
  Desde a intensificação da crise financeira internacional, a procura pelo seguro de crédito vem crescendo. A Crédito y Caución, houve um aumento de aproximadamente 30%. Na Coface, de 40%. Com maior risco de inadimplência, a tendência também é de alta no preço do seguro. "Em média, o mercado deve reajustar os preço do seguro. "Em média, o mercado deve reajustar os preços entre 10% e 30%, dependendo do setor.
 "Ter o seguro também permite adotar uma postura de vendas mais agressivas". 

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